Costumo ler todos os tweets das pessoas que eu sigo.
No final de semana, li o tweet em que o Danilo Gentili falava do King Kong. Achei um pouco abusado, mas nada demais.
Pois hoje me surpreendi com o Ministério Público Federal que, numa demonstração de que não tem mais nada para fazer, resolveu "analisar" o caso pra ver se houve rascismo.
Sei que sendo branca, muitas pessoas vão dizer que não deveria dar minha opinião, pois não sei o que os negros sofrem.
Eu sei que os negros têm o passado sofrido, aquela coisa toda. Mas hoje estamos num país diferente. Não acho que os negros em si sofrem tanto preconceito. O problema é ser pobre.
Pior é ser pobre e branco. Cadê nossas cotas?
Essa história de cota nas universidades, por exemplo, é apenas uma desculpa esfarrapada. Ao invés de melhorar a educação pública, colocam pessoas mal preparadas em universidades de alto nível, que muitas vezes não acompanham o restante da turma.
Isso é bom? Claro que não.
Aliás, hoje em dia, quem é mulher, branca e pobre tá ferrada. Faz parte de um grupo de excluídos que não tem direito a cargos altos, nem cotas, nem nada. Só um tanque com roupa suja.
Puxa, eu faço parte desse grupo. Mas, sinceramente, não tô nem ligando.
Estudei em escolas públicas a vida toda e não tive condições de prestar Fuvest. Fiz faculdade particular, mediana, batalhei, passei quatro anos sem um tostão no bolso, mas hoje tenho um cargo respeitável num grande banco.
Nós precisamos aprender a superar as adversidades.
Os negros precisam dar mais valor à si mesmos e não aceitar esse tipo de esmola que é cota, nem se sentir ofendidos por serem chamados de "macaco".
Quem sabe do seu valor, não se importa com os outros.
Uma vez uma menina me chamou de gorda e eu a chamei de vesga. Ela começou a chorar. Eu sou insensível? Não, só não deixo que ninguém me diminua.
Ninguém é melhor nem pior.
Somos todos iguais e chegamos até onde acreditamos que podemos ir.
Enfim, o Danilo Gentili não falou nada com intenção de ofender. E o Ministério Público se mobilizar para analisar um caso desses é, no mínimo, ridículo.